Estava nossa familia na varanda de casa de praia. meus tios, minhas
tias, primos, e a nossa matriarca com seus 90 anos de idade. Todos riam
brincavam, quando meu tio faz um comentário:
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-É uma pena que nossa raça não tenha vez na televisão.
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Minha avó no alto dos seus 90 anos, criada em uma fazenda de escravos na infância diz:
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- Pra que negro na televisão meu filho? pra fazer feiúra!
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Todos riram do preconceito da matriarca negra, que mesmos sendo negra, trazia em si a visão de que ser negro era ser feio. Eu por minha vez era um moleque de 12 anos, minha mãe negra tinha se casado com um homem branco, e como mulato não me achei atingido pelo comentário da minha avó.
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Contudo fui crescendo, e como todo negro de classe média comecei a ver que não era tido como bonito no meio em que vivia. Cresci vendo malhação na globo, suas atrizes loiras, morenas de olhos claros, aprendi a gostar e admirar brancas como belas. Me lembro que quando criança fui apaixonado pela Xuxa, dizia que ela era minha namorada, e me ofendia quando alguém dizia que iria me casar com uma negra.
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A adolescência contudo foi cruel comigo, as meninas mais brancas, adoravam os meninos mais brancos, e eu por mais que ficasse com uma aqui e acolá, não era sob hipótese alguma considerado padrão de beleza. Minhas feições negras, meu nariz batatado, meus traços rústicos, aviltavam o padrão de beleza Brad PItt e Tom Cruise que as meninas tinham, e tudo para mim era mais suado.
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Com o tempo perdoei minha avó, minha avó se criou numa fazenda aonde seus pais eram chicoteados, logo sua referência não poderia ser de que o negro é belo e bom. Já eu fui criado com barbies loiras, heróis brancos, casais enamorados de novelas brancos. Eu não me via, nunca me vi, e nunca me mostraram também.
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Não me lembro de um único super herói negro, de uma galã negro ou de uma musa negra na minha infância. Sim me ensinaram que negro era feio, que eu era feio, que as mulheres negras eram feias. E pior ensinaram a sociedade a pensar assim. POR VIN( no orkut)
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-É uma pena que nossa raça não tenha vez na televisão.
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Minha avó no alto dos seus 90 anos, criada em uma fazenda de escravos na infância diz:
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- Pra que negro na televisão meu filho? pra fazer feiúra!
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Todos riram do preconceito da matriarca negra, que mesmos sendo negra, trazia em si a visão de que ser negro era ser feio. Eu por minha vez era um moleque de 12 anos, minha mãe negra tinha se casado com um homem branco, e como mulato não me achei atingido pelo comentário da minha avó.
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Contudo fui crescendo, e como todo negro de classe média comecei a ver que não era tido como bonito no meio em que vivia. Cresci vendo malhação na globo, suas atrizes loiras, morenas de olhos claros, aprendi a gostar e admirar brancas como belas. Me lembro que quando criança fui apaixonado pela Xuxa, dizia que ela era minha namorada, e me ofendia quando alguém dizia que iria me casar com uma negra.
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A adolescência contudo foi cruel comigo, as meninas mais brancas, adoravam os meninos mais brancos, e eu por mais que ficasse com uma aqui e acolá, não era sob hipótese alguma considerado padrão de beleza. Minhas feições negras, meu nariz batatado, meus traços rústicos, aviltavam o padrão de beleza Brad PItt e Tom Cruise que as meninas tinham, e tudo para mim era mais suado.
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Com o tempo perdoei minha avó, minha avó se criou numa fazenda aonde seus pais eram chicoteados, logo sua referência não poderia ser de que o negro é belo e bom. Já eu fui criado com barbies loiras, heróis brancos, casais enamorados de novelas brancos. Eu não me via, nunca me vi, e nunca me mostraram também.
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Não me lembro de um único super herói negro, de uma galã negro ou de uma musa negra na minha infância. Sim me ensinaram que negro era feio, que eu era feio, que as mulheres negras eram feias. E pior ensinaram a sociedade a pensar assim. POR VIN( no orkut)
TRANPOSTO DA COMUNIDADE "NÃO ME VEJO NÃO COMPRO" DO ORKUT
Nossa!!(DISSE DANIELE)
ResponderExcluirOlá Vin!
Você foi capaz de traduzir minha angústia no seu texto. Ou melhor, a angústia de muitos negros e negras que viveram numa mesma época que você, cercados de modelos muito diferentes deles (nós).
Percebo que, sua tentativa em mudar o foco ficará será mais árdua - como você mesmo disse - caso se compare com o que vê nesse mundo embranquecido. Além de difícil, será cruel! Como tem sido ao longo da construção desse país colonizado.
Somo diferentes!
E não há problema em ser diferente.
Temos muitas coisas à nosso favor: a jovialidade da pele, os dentes fortes, a determinação, a força física e psíquica, a música etc.
Força Irmão!
Juntos somos mais.
Forte abraço
Daniele