segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Economia em alta. Mas violência também

06/10/2010


Para onde vai a África?, é a pergunta de 1 milhão de dólares. Há consenso de que os últimos dez anos foram os melhores da história do continente. Dezenas de guerras foram encerradas, dezenas de ditaduras sumiram (ou ao menos se enfraqueceram) e dezenas de milhões de pessoas deixaram a linha de pobreza.

Daqui para a frente, é mais complicado. Os ganhos parecem ter se estagnado. Talvez, alguns estejam sendo revertidos.

A análise um tanto pessimista é partilhada pela Fundação Mo Ibrahim, criada por um magnata das telecomunicações sudanês. A entidade destina-se a avaliar políticas públicas na África. Todos os anos, concede também um polêmico prêmio em dinheiro para líderes visionários do continente (recurso que poderia ser mais bem aplicado em projetos sociais, mas isso é outra história).

Nessa semana, a fundação divulgou seu índice de governança africana, em que países recebem notas numa escala de 0 (menor) a 100 (maior), com base em uma série de indicadores. Este é o relatório (em inglês).


As Ilhas Maurício, que ficam no oceano Índico perto de Madagascar, receberam a maior nota (82). Sem surpresas aqui, já que são uma ilha (desculpe o trocadilho) de democracia e boa gestão no continente. Assim como não há surpresa quanto ao país que está em último lugar, a Somália, nota 8 na escala (incrível é não ser 0).

O índice é dividido em quatro grupos. Nos que se referem a “economia” e “desenvolvimento humano”, quase todos os países melhoraram (41 entre 53), e o restante não piorou. Conseqüência de mercados mais abertos, desenvolvimento na infraestrutura (sobretudo de telecomunicações), investimentos na agricultura e alta nos preços das commodities minerais.

É nos outros dois itens que reside o problema, no entanto. Houve perda nos grupos “segurança e respeito à lei” e “direitos humanos”. Nada menos do que 35 Estados se tornaram menos seguros. Houve um repique de rebeliões, conflitos étnicos e violência urbana.

Esse cenário desafia o senso comum, que dita que a melhora na economia traz consigo melhora nas condições sociais, que por sua vez traz harmonia social.

Qual a explicação para o paradoxo? O estudo não traz um motivo claro. Mas há hipóteses: o crescimento econômico está sendo mal distribuído. A corrupção tem aumentado, com o aumento do bolo. O favorecimento de camadas sociais em linhas étnicas, algo tão comum na África, está recrudescendo, trazendo ressentimento e alimentando “movimentos de libertação”.

Seria uma pena se a marcha muito animadora da África nos últimos anos fosse estancada. Mas pode ser pior. Pode ser revertida.
Escrito por Fábio Zanini às 11h10 EXTRÁIDO DO SITE UOL

2 comentários:

  1. ALGUMAS QUESTÕES ME CHAMA A ATENÇÃO NO TEXTO,há de se concordar com o primeiro parágrado do texto em parte, acho q ele foi longe demais qdo ressaltou q são os "melhores anos da hist´ria do continente", seria mais coerente se dissesse isso em relação aos ultimos cento e poucos anos, sobretudo de qdo houve a famigerada e criminosa "partilha da africa" no sekulo xix para cá.
    O autor trata as coisas sob a lógica capitalista, com isso vê a "abertura dos mercados" como algo positivo mas logo á frente ao falar "de melhora das condições sociais" e "harmonia social" ele mostra CALO DO PROBLEMA, ao escancarar o mercado sob a lógica capitalista, as empresas transacionais e a elite interna abocanha as riquezas, acumulando capital e socializando a pobreza além de potencializar ainda mais a corrupação q é algo infelizmnte muito arraigado na áfrika( tive a opportunidade de conviver com varios afrikanos qdo morava em salvador e me doía ve akelas pessoas q poderiam fazer a diferença qdo voltassem- e varios não keriam mais voltar- aprendendo com vigor alegria a malandragem corruptiva brasileira em todos os sentidos... o autor resignadamente conclui q o o "bolo tem aumentado" mas tá "mal distribuído", tá sim, no capitalismo é assim e qdo ele entra de forma selvagem e encontra terreno fértil aí o bicho pega geral...

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  2. dei uma olhada no site q o autor indica, ali vi MEU SEGUNDO PAÍS numa condição a se concordar-pelo menos em parte- com a metodologia trabalhada numa situação honrosa.
    tô falando de CABO VERDE país insular( formado por algumas pekenas ilhas no atlantico, no caminho entre a europa e a america)... qdo mora va em salvador , dividi apto com cabaoverdianos, me liguei a cultura desse país q aprendi falar criolo(lingua q mistura portugues antigo e moderno com ingles e elementos afrikanos), quase aprendo a fazer katchupa( a feijoada caboverdiana, prato simbolo de la)mas como sou ruim de culinaria fikei no quase assim como fikei apenas no quase em relação ás danças, por outro lado tokava-cantava varias musicas "criolas" em farras e festas de afrikanos, varias vezes ensaiamos a formar uma banda q misturaria ritmos de lá com os daki, é uma pena q não concretizamos, fikaria de fhudê, me aprofundei na hist´ria, cultura e geografia caboverdiana ao ponto de poder tranquilamente ensinar hist´ria e geografia pra eles o q gerava ciúmes por parte alguns e algumas, enfim, cabo verde entrou em minha vida de forma densa e marcante, ainda não o conheço, mas sei praticamente tudo sobre akela pedacinho do planteta q amo tanto qto a quixabeira, uibaí, gentio do ouro e salvador...
    ENTRE OS AFRIKANOS os mais ligados a seu país eos q demonstravam menos propensaõ a corrupção e cia eram os caboverdianos, os q conheci se caracterizavam pela inteligencia e pela forte tendencia a abosorver omaximo possivel os aspectos da culura ocidental, varios chegavam ao ponto de rejeitar fortemente o lado afrikano... acho q um dos aspectos q fazem com q cabo verde esteja em tal situação seja esse fato contradit´rio, de um lado ser afrika mas não kerer assumir elementos afrikanos, muitos identifikados como arcaicos, pobres e exoticos no mal sentido por outro lado buscar ardentemente valores q os aproxime dos valores sobretudo os q são considerados positivos da cultura ocidental... há no país um intenso debate acerca dessa contradição... lá saiu de um socialimo ocidental capenga, deficiente pra uma democracia, digamos, burguesa tambem aos moldes ocidentais, se de um lado os "respeito as leis " de forma geral, o faz um país "estável" aos moldes burgueses, por outro lado, a má distribuição de renda e os problemas sociais o faz parecer como mais um país do mundo q ao adotar cegamente os valores ocidentais tende a se afogar em suas contradições e discrepancias...

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