terça-feira, 12 de outubro de 2010

OS ANJINHOS MORTOS e como as coisas mudam

JA PASSANDO DAS UMA MEIA DA TARDE dode passou aqui em casa, ainda bem q, como de costume, não  veio espraguejando contra o calorão q faz em uibaí, já disse a ele q o sertão é assim , o povo é q quer mudar ou sentir de forma diferente as coisas todo ano nesse período, entre vários assuntos, conversamos sobre o dia 12 de outubro da quixabeira , falei q tive lá de manhã onde assisti o jogo da final do campeonato de  "futebol soçaite", nela, a galera do GPEC sagrou-se campeã em cima do time  de NENO num jogo cheio de lances bizarros e com poeira até dizer chega, mas, o q me chamou mesmo a atenção no meu povoado foi a feiúra... tudo seco-esturrikado, arvores derrubadas, erosaõ se acentuando,  cercas sendo feito por todo canto, o privado oprimindo  o público, palhoças feiosas no centro onde vai rolar o furdunço festivo mais tarde, vixe, foi chato vê a terra q amo tanto em total estado de desleixo junto com o crescimento da ganancia por "taquinhos'' de terra-pedra q estão virando só pedras...
   Ihhhh ja´ tô desviando demais do assunto chave q me propus a falar, voltemos,  dava 2 h da tarde quando dode saiu e o acompanhei até a porta, estranhei  ao olhar pro lado da igrejinha e vê um pekeno cortejo, q logo percebi  q era fúnebre: -morreu alguém??? ali é um enterro??? falei em voz alta, dode disse q era o enterro de daniel, aí é q a interrogação fikou ainda maior. -Daniel??? q daniel???, dode disse q ouviu falar q era o enterro de daniel e só ,  logo vazou com seu logus cada dia mais detonado( zulina ta mais ajeitada q o logus véi do meu caro amigo dode ratão), apelei então pra mariazinha q da casa dela observava o cortejinho q talvez contasse com 14 pesssoas da familia FERNANDES( povo de  jubilino e dona veraldina) e de outras q seguiam a passos lentos e com semblantes contritos atrás de um um gol q estranhamente tava com o capô fechado, mariazinha também disse q não fazia ideia de quem tinha falecido nem o por q de sairem justamente num horarário tão caustikante...
   Minutos depois gina de cinezo desvendou o mistério, disse q o cortejo era de  um bebezinho neto de carmen lúcia de neta de jubilino q falecera com talvez dois dias de nascido... ah tá , me lembrei q vi a filha de carmen lúcia com zé limão grávida e votando na sessão eleitoral onde trabalho...
    Enterro de bebês hoje é uma raridade em uibaí mas é por q AS COISAS MUDAM, qdo eu era criança, bebê não era chamado de bebê e sim de nenén ou minino mol(e), isso qdo vivo, nenén morto era chamado de ANJINHO aliás, ANJIN no nosso dialeto sertanejo, e, se não fosse batizado no ritual cato´liko era chamado de "pagão".  Consistia numa afronta pesada enterrar sem q arrumasse um jeito de batizar o pobrezihno(a), pois bem, nos anos 70 e 80 muitos crianças uibaienses viravam "anjinhos" sobretudo na periferia, algumas vezes ,a velha cassimira professora liberava as aulas para q  seus alunso ajudassem  no ritual de rezar na igreja e dpois acompanhar akele  conterraneozinho(a) q havia sucumbido(a)  pelo mal de " 7dias" e/ou  por outros males inclusive o da fome q ele e mãe passaram, ê sertão véi de durezas gente , morte por desnutrição era uma marca forte por aqui. A gente, caso não fosse parente bem proximo, adorava a folga pra acompanhar os anjinhos ao cemiterio q fikava lá embaixo, mais longe do q é hoje não sei por que ...
  Era comum isso em uibaí, mas as coisas mudam, a mortalidade infantil caiu drastikamente nessas duas ultimas décadas e hoje  a cena de um enterro de um anjin, nesse caso, daniel, é um fato raro na minha querida rua grande... q a familia fernandes tenha  a força necessaria pra encarar com tranquilidade e firmeza  a perda de um ente q foi-se tão precocemente a ponto de ainda ser tratado como um ANJIN mas q deixou gente curiosa como eu a questionar  como as coisas mudam...

4 comentários:

  1. ah sim pra não dizer q apenas vi feiúra no vleno povoado, vi coisas belas também, varios VIVINS( O PASSARINHO SIMBOLO DE UIBAÍ NOS ANOS 80( PEDIA A VÓ PRA CRIAR UM MAS ELA ERA CONTRA ISSO, dá lhe vea jovita, valeu!!)alem de outras passarinhos sobretudo no cercado de LIA E RAIMUNDO LOPES, ali eles matem um cocho com água e como tem água e não tem badog nem alçapão por perto, são presença marcantes por ali... valeu lia, raimundo, luá e fabinho, fazndo jus serem do GPEC( GRUPO POLITICA,EKOLOGIA E CULTURA) q alem ser campeão no futebos faz gols ao som de pássaros cada vez mais raros no nosso torrão vei...

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  2. Puxa Celito, que visão horrível do dia 12, vai aí outra impressão...Tenho 3 ou 4 anos que não participo dos festejos do dia 12 em Quixabeira, mas confesso para ti que em minha memória não guardo essa cena lastimável que narras em teu texto! As "palhoças feiosas" como tu chamas dava (e dão) um ar de agitação, festividade e alegria no povoado que só quem é de lá mesmo, morador e amante da nossa principal festa, entende o que representa nos corações dos moradores! Que vontade que deu de estar por lá, assistindo à tradicional final de campeonato no Campo, o pessoal do Caldeirão, da sede, do Canoão, todos lá assinstindo...Depois do jogo saem em comitiva para o bar para "tomar uma"...a procissão pelas ruas do lugar...a cerveja gelada nos rangos...a festa a noite, que pode ser em um Bar, um clube, ou numa palhoça, como queira, mas é sempre tão animado, divertido. É no dia 12 que a gente recebe pessoas dos mais diferentes lugares do municipio de UIbaí e também de fora, dos mais diferentes lugares da região de Irecê, pode não ser o tipo ideal, mas é o dia em que os quixabeirenses se sentem mais agitados e propicios à religiosidade, representando o sagrado, e por que não à farra, por outro (o profano). Enfim, é um dia impar do lugar, esperado o ano inteiro, por diferentes gerações, de diferentes épocas que comemoram o seu maior dia!! Tem pessoas na Quixabeira que só bebe de ano em ano, em que dia? 12 de Outubro! Por maiores problemas que temos, e também concordo com as deficiências que tu apontas, também temos potencialidades, assim como os Vivins e tantas outras coisas boas que existem no povoado! Dia 12 é acima de qualquer coisa um dia de alegria e de vida para os quixabeirenses! ASS: Um quixabeirense há mais de 2 mil quilometros de suadades....Ê dia 12.

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  3. pois é caro zezinho, não consigo botar o lúdico á frente do q considero pútrido ou no mínino de mau gosto como é o caso das palhoças... respeito a cultura popular( tanto q ja fotografei varias procissões), não sou contra o clima festivo e concordo com vc q há toda um "mágica' no lugar no dia 12, mas ,caro zezinho, infelizmente algumas coisas não conseguem sair mais de mim, nem adianta, quando vou ao lugar q amo tanto e vejo cada vez menos árvores nativas, cada vez menos barro, cada vez menos respeito a cultura sertaneja e a memória historica... e vê muita sujeira, erosão, bêbados "atentando", o culto a bebedeira e hedonismo aparentemente despretensiosos dando o tom, sinceramente é dose... e aqui fika uma crítica á prefeitura q ao menos procurou limpar o espaço( cada vez mais exiguo) público, não deu um toq em nenhum quesito( ô povo de pedro rocha pelamô galera, acorda) assim como ao GPEC q poderia aproveitar e fazer algo mais substancial, pois dia comemorativo tambem pode ser reflexivo e pela qualidade e objetivo do gpec pode ou poderia ser algo alternativo á mesmice...

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  4. Entendo a sua agonia e também faço aqui coro ao seu manifesto, assino em baixo! Só quiz mostrar um pouco de um outro lado também, para não parecer que existe apenas o viés terrível, da imbecildade e destruição. Penso que falar do dia 12 é não apenas refletir sobre o lúdico, nem tampouco só falar dos problemas, é mostrar ambos os lados...Foi nesse sentido que fiz o comentário, pois apareceu apenas uma vertente. Estou ansisoso para ver as fotos do festejo, caso tu tenha tirado alguma, gostaria muito de ver-las! Agradeço. Abraços!

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