sábado, 16 de julho de 2011

de velhos e novos SERRANOS de RIACHO D'AREIA-hidrolandia

SERRANO É UM TERMO MUITO CORRENTE NA VILA DE HIDROLÃNDIA DE UIBAÍ, mas geralmente esse termo se refere ás familias q vieram no q chamo de BOOM DEMOGRÁFICO  DE RIACHO D'AREIA, determinado período em q o então povoado passa a crescer rapidamente atraindo gente de vários lugares com destaque para os "serranos" do municipio de Gentio do Ouro.


Tal período tem inicio a partir  de 1950 qdo toda a região Irecê entra num rápido processo de reestruturação onde o tripé milho-feijão de arranca e mamona entram em cena remodelando toda a paisagem  física, social, economica e cultural  da nossa região e o povoado de Riacho D'areia q ja passava por uma fase de transição, agora entra numa fase  interessante, a de atrair e também de repulsar, ou seja, ao mesmo tempo q recebia gente do vale do Rio Verde, das Lavras, do "norte"( Piauí, Ceará e Pernanbuco) exportava gente pra  Xique-Xique e São Paulo principalmente, a atração porem foi maior.


Esse remanejamento de população aconteceu aqui e em muitos lugares do país obedecendo a uma  nova lógica q o mundo vinha conhecendo principalmente após o fim da II guerra mundial qdo países como o  Brasil entram  num rápido e louco fenômeno de urbanização( crescimento das cidades) e de industrialização, portanto, vários filhos da nossa terra quiseram ir ( ou foram empurrados)  ao  "novo mundo do sul" , ao mesmo tempo em q aqui a agropecuária entra como falei numa nova fase, onde o  consórcio milho-feijão de arranca e mamona vira a nova marca e assim dezenas de serranos resolvem tentar nova vida nas caatingas q foram desbravadas por antigos e corajosos serranos  100 anos antes e q agora estavam com a fama de promover melhores condições frente ao díficil território do assuruá onde o "metal"  teimava em se "ocultar" e os terrenos de forma geral, são fracos pra lavouras comerciais.


Portanto, ao se falar  em SERRANO na vila temos q nos reportar á década de 50 do século XIX qdo um deles, o senhor Raimundo Pereira Rocha de São Domingos do Severo( hoje do Seteba) pegando  carona no q fizera seu cunhado Venceslau machado investe uma considerável soma de recursos e adquire( 1854) uma faixa de terra junto a do cunhado e dá-lhe o nome de RIACHO D'AREIA, nome do local onde tinha uma fazenda no assuruá.


Pra Riacho D'areia ainda nos primódios veio um provável amigo de infancia e de labuta de Raimundo, o serrano Joaquim Alves de Sousa, ele trouxe a esposa Joana Silva( dos Machado e dos "Sabaõ") e talvez  um ou mais filhos, com isso, durante muitos anos o povoado teve apenas a presença dessas duas familias, Raimundo como chefe do clã Rocha-Alves de Sousa e Joaquim como agregado e parceiro. Defino tal período como o da 1ª FASE,  fase da implantação e consolidação de Riacho D'areia . Cuidar de "brejos" nas grotas da serra, cultivar mandioca, milho e feijão de corda nas beiradas arenosas da Serra Azul e no vale do Riacho Baixão onde ficava as casas de moradia, e, pricipalmente na labuta com gado, pois  Riacho D'areia, Uibaí, Barra do Mendes e outros povoados q  são caatinga e serra ao mesmo tempo, nasceram na lógica da pecuária, criar gado era a atividade economica principal naquele período. Essa fase durou de 1854 a 1915.


De 1915 a 1950 podemos  dizer  q Riacho D'areia passa por um momento de transição, a pecuária ainda tem peso, mas, algumas pessoas passam a investir em porcos para "toicin, surgem roças de algodão a pouco quilometros da comunidade, por ser área de passagem de tropeiros q comerciavam entre Xiq-Xiq e Lavras( Seabra-Lençois e cia) aconteceu de um desses apaixonar pelo belo pé de serra-baixão riachense, ele resolveu vir se fixar(1936-37). O tropeiro se chamava Eliodoro Moreira de Satel, ou Liodoro Cascavel, natural do trecho de Canarana-Souto Soares. Antes dele, por volta de 1917 -18, um pernanbucano de  Salgueiro conhecido como Veím( Felinto Soares Fernandes) ja havia se instalado  nos arredores de Riacho D'areia numa casa  "estranha"  se comparada as outras ( depois ficou conhecida como casa de Gió), aqui ele casou com uma moça da terra. Véim  morreu bem jovem, aos 48 anos em 1942, deixando Joana  Pires com uma carga de filhos, uma ja casada( Alzira de Jaime), entre os filhos estava Esmero q ficou famoso pois pedalava pra Xiq-Xiq(quase 100km) e pras Lavras (mas de 200km) numa desenvoltura como se tivesse em cima de uma potente "bros", lembre q bicicleta era um objeto valiosissimo na época. Era mais q algo pra transporte, dava status e força física.


NOS ANOS 30 se consolida o processo de transição( a cada ano vai chegando mais gente, prepara-se assim então  para o "boom" de 1950 em diante), logo após a feroz seca de 1932, familias como a de Francôlo ( da Gia de Ibitittá), Manoel Bastos( do Alto Cruz-Canoão de Ibititá), João Bispo deixa o Caldeirão de Quincão, João Salto ou João de Maricota deixa o Baixão da Lagoinha e compra terras de Diolino Rocha q prefere tentar São Paulo com sua familia, os dois "joãos" vão dar  forma ao interessante bairro da "Mão Fchada" , lugar onde  antes só morava Diolino(  neto de Raimundo Rocha, o fundador de Riacho )esposa e filhos e uma senhora solteira ou viúva de nome Zefa Cabeça Gorda.


EM 1939 houve outra seca aterrorizante, um senhor de nome Estanislau Floriz Paiva, filho dos caboclos Zé Meladô e Virgulina Lemos, natural do povoado serrano de Santana, deixa o povoado caaatingueíro de Alto Bonito pra onde fora tentar a vida com lavoura e criação após migrar de Santana. Ele se safou justamente nas baixadas do nosso querido " Baixão"  q nesse tempo não corria como riacho mas formava uma baixada úmida com cacimbas, pastos e terra boa onde frutas como banana, tubérculos como batata e ramas como abobora e melancia  amainaram a fome de gente e de animais.


ESTANISLAU PAIVA, conhecido por Estande assim como JOÃO DE ANJA( João Oliveira)  casado com  Angela Queirós (vindos em 1943), portanto, estão entre os serranos preparadores do terreno para a vinda dos PAIVAS  e no embalo CUNHAS e FRANCAS, dos QUEIRÓS e no embalo os OLIVEIRAS e  outros. Os novos serranos redescobrem o Riacho D'areia e aí junto com negros e mestiços do vale do Rio Verde( Miroró-Velame-Guigó), com caboclos, brancos e negros das Lavras-Chapada, do "Norte" como Caririzêros e Pioizêros, das beiradas do riozão, de Sto Inacio, daqui de perto como os "Bodêros" alargam o aglomerado q nos anos 60 qdo uibaí se emancipou , ja era o segundo maior povoado do distrito uibaiense sendo elevado á categoria de vila..., como disse, isso ja faz parte do "boom de 1950 em diante" ou de um pouco antes q pretendo falar na parte 2.
celito regmendes março-abril 2011!, uibaí -ba


ESTE TEXTO foi bolado pra fazer parte do jornal uibaiense A INDAGA mas como a gente indagou, indagou e não conseguiu concretizar a edição impressa, aqui vai pela via badalada do momento: A INTERNET... 

2 comentários:

  1. Meu amigo, ao meu ver esta é uma forma "badalada" e de extrema importância, pois uma vez publicado fica à inteira disposição de todos para que a qualquer momento possa fazer um estudo sobre as suas origens e a origem do seu lugar. Assim como as demais, esta é uma bela história sobre um pedacinho de nossa terra ( e digo nossa por considerá Hidrolândia uma de minhas terras natal devido à minha ligação, assim como tenho Traíras e Uibaí como meu lugar de origem). Bom trabalho meu caro.

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  2. belo texto regmendes.
    mas uma vez o historiador-caatingueiro nos surpreende
    com um texto simples e bem informativo sobre nossa historia.parabéns!!!
    há e sobre a publicação do jornal,com certeza é bem importante,pois a divulgação em papel impresso(ao menos na minha opnião)é de maior valia,já que gosto de ler e guardar o que ha de bom!!!
    sempre que posso copio,imprimo e repasso pra ceu. nem só os seus como os dos demais blogs canabrabenses.(o ultimo que repassei foi"é preciso ser contra a democratura")
    INTÉ!!

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